Blog

Baleias na Praia do Rosa ou … Miami?

Cento e dez mil. Este é o número de turistas que se dirigiram, no ano passado, à Península Valdés, na Patagônia Argentina, para avistar baleias, leões e lobos marinhos e pingüins.

 Mil foi o numero de turistas que se deslocaram no mesmo período a Imbituba e Praia do Rosa, em Santa Catarina, para avistar as baleias no Brasil.

Uma diferença impressionante. Surge a óbvia pergunta: por quê?

Tive a oportunidade de fazer a observação embarcada na Praia do Rosa. Fiquei fascinado.

Admito que sou um aficionado pela vida animal. Galápagos, Pantanal, África, e Praia do Rosa são destinos que me falam à alma. Mas não me conformo com este numero tão inexpressivo. Uma infra-estrutura de primeira espera o turista no Rosa. Pousadas charmosas, restaurantes estrelados, visual de praia de encher os olhos. Hotelaria de primeira e ciência caminhando juntos – com o Instituto Baleia Franca, de estudo dos cetáceos. O modelo ideal para um turismo de qualidade.

Onde estão os brasileiros? Será que falta marketing às pousadas do Rosa? Será que somente resorts conseguem divulgar com eficácia um destino? Acredito que a união dos empresários do Rosa, com suas belas pousadas, através de um bom programa de marketing de médio prazo possa fazer o número de visitantes crescer substancialmente.  E proporcionar aos turistas a rica experiência de desfrutar a avistagem das lindas e pacíficas baleias..

Mil pessoas deve ser o fluxo de brasileiros em um único dia para Nova York nas férias.  E foi o total que veio ao Rosa na temporada toda.  Ver aqueles bichinhos, mãe e filhote juntinhos, piruetando ao lado de nosso barco, é uma cena que ficará marcada na memória para sempre. Propiciar esta experiência a um filho é dar-lhe um banho de emoção e cidadania planetária. Se eu fosse coordenador de educação de um colégio no sul não deixaria de incluir esta experiência única no currículo de minha escola.

Não consigo conceber menos de cinco mil ecoturistas por ano para avistagem. Será que a imprensa está colaborando suficientemente? Será que as escolas e faculdades de Oceanografia e Biologia estão empenhadas em levar seus estudantes?

Curitiba é a capital nacional da ecologia metropolitana. Eu começaria por lá, sensibilizando as escolas e seus coordenadores. Continuaria, como me sugeriu a dona da pousada Vida Sol e Mar, trazendo um campus avançado do curso de Oceanografia de Florianópolis para o Rosa. Criaria um concurso nacional.  Estudaria o marketing da Costa Rica, que transforma cada pardal num canário-real, para tirar inspirações. E atrairia definitivamente um patrocinador nacional para a causa.

Quero voltar para lá neste ano. Seguindo os passos de meu mentor Enrique Litman, presidente do Instituto Baleia Franca, um empresário determinado e apaixonado. Ver um filhote de baleia-franca recém-nascido, com cinco toneladas, brincar com a mãe de 15 metros, é algo tocante.

O Litman nos esperar a todos no Rosa. Vão e dêem um abraço apertado meu em seus pimpolhos.

Quem está fazendo a lição de casa?

Em alta:  O Rally dos Sertões, que, cioso da importância e impacto da sua presença no interior do Brasil, com sua caravana de 1400 pessoas, cuida de atuar socialmente com programas de educação, saúde, esportes, cultura e meio ambiente, que começam antes e não cessam com o fim da competição.

 Em baixa: A falta de planejamento para o recapeamento da Rod. dos Tamoios…. Tendo 9 meses para trabalhar fora do verão, esperou-se o final do ano para fazer o serviço. Stress, congestionamentos, desperdício de combustível e poluição evitáveis.